Sábado, 21 de Outubro de 2006
Ela nem usa pés ao caminhar.
Ela não tem rosto, nem corpo. Apenas mãos e sopro.
Ela é aquela brisa ao final do dia
Que me arrepia e que me sussurra que a noite vem a caminho, que me avisa que há algo mais a ser feito.
Ela não é deste mundo,
É do meu.
Ambos somos os versos soltos do poema da Humanidade,
Não rimamos com mais ninguém.
E eu não sei o que fazer quando a olho e a quero para mim,
E acabo por me aperceber que ela só existe em mim.
Ela apanha a minha voz no ar,
Com ela dança por todo o céu, somem as duas por detrás das estrelas e só as volto a ver quando ela quer...
Eu não quero ser isto.
Ela não existe
Eu não a posso criar.
Alguém me impeça,
Pelos deuses,
Pois eu não a posso criar...